5 personagens LGBT de animações infantis

Comemorado em 28 de junho (mais recentemente, na última quinta-feira), o Dia Internacional do Orgulho LGBT é sempre reforçado com protestos e demais manifestações de resistência ao redor do mundo. A escolha da data justifica-se segundo os acontecimentos de 1969, quando frequentadores LGBT do bar Stonewall-Inn, em Nova Iorque, revoltaram-se contra policiais truculentos. A partir daí, o acontecimento ficou conhecido como Rebelião de Stonewall.

Pensando na construção de uma consciência coletiva desde a primeira infância, quanto ao respeito inerente à diversidade sexual, preparamos uma lista com 5 personagens LGBT de animações infantis – para você curtir, recomendar e dar de exemplo às crianças e adolescentes LGBT da sua vida!

 

1. Doris, a Irmã Feia (Shrek 2 e Shrek Terceiro)

Na fábula hilária e contemporânea Shrek, Doris (dublada por Larry King, no original) representa uma das irmãs feias da princesa Cinderela. Introduzida na primeira sequência da série, com Shrek 2, Doris aparece como a bartender de uma taverna frequentada por vilões dos contos de fadas. Já em Shrek Terceiro, a personagem ganha uma participação bem maior, ao integrar o time de princesas revoltadas contra o antagonista Príncipe Encantado.

Doris em ‘Shrek 2’ / reprodução Netflix

Por que LGBT? Apesar de nunca mencionar sua identidade de gênero, Doris fora construída pela produção de Shrek para representar uma personagem transgênero. Sua alta estatura, ombros largos e voz masculina – tal como as piadas que a envolvem (referente ao estranhamento dos demais personagens diante de seu porte físico) – deixa claro que a “princesa” identifica-se com o gênero oposto àquele com o qual nasceu. E, para melhorar, Doris tem uma incrível personalidade; muito ética e respeitosa.

Doris e as princesas em ‘Shrek Terceiro’  / reprodução Netflix

 

2. Princesa Jujuba (Hora de Aventura)

A Princesa Jujuba (interpretada por Hynden Walch, na versão em inglês) é a monarca do Reino Doce, da fantástica Terra de Ooo. Muitíssimo inteligente e generosa, a Princesa nutre um amor sincero por seus súditos, assim como pela Ciência (nos moldes do desenho animado, é claro). Feita de biomassa de chiclete, a personagem de 827 anos é, durante grande parte da série, o interesse amoroso do protagonista Finn, o Humano.

Marceline e Princesa Jujuba / Divulgação

Por que LGBT?  Em uma noite de autógrafos, em Los Angeles, 2014, Olivia Olson, que dubla a vampira Marceline, contou que Pendleton Ward, o autor do desenho, confirmou um relacionamento antigo entre Jujuba e Marceline. Alguns fãs já vinham especulando a possibilidade de a relação entre as duas ter ido além da amizade, já que a própria série dava alguns indícios disso. Um deles é o fato de Jujuba dormir com uma camiseta que já pertencera a Marceline, e que teria um significado muito especial à princesa. Outro motivo é este aqui:

(Canção Sou Seu Problema, composta por Marceline a alguém com um “lindo rosto [cor-de-]rosa”):

(Fonte: Cartoon Network Brasil / YouTube)

 

3. Ele (As Meninas Superpoderosas)

Segundo a descrição de Ele (voz de Tom Kane) pelo narrador de As Meninas Superpoderosas, “é um vilão tão mau, tão terrivelmente mau, que mesmo a pronunciação de seu nome provoca medo nos corações dos homens”. Ele tem a pele vermelha, garras no lugar das mãos, orelhas pontudas, uma voz aguda que faz eco e uma saia cor-de-rosa de tule. O vilão pode ser visto como uma adaptação do Satanás da Bíblia.

Ele / reprodução Cartoon Network

Por que LGBT? Por seu jeito afeminado, assim como suas vestes, Ele também pode ser considerado um personagem transformista. O comportamento, a androginia e as intenções do vilão transformam-no em uma figura divertida, tal como a personalidade de uma drag queen.

 

4. Garnet (Steven Universo)

Uma fusão entre duas Crystal Gems (raça de seres alienígenas de Steven Universo), Garnet (interpretada por Estelle) é “a própria definição” do amor lésbico. Líder do grupo, se juntou às Crystal Gems por sua condição de fusão ser aceita de bom grado. Forte e confiante, Garnet não poderia ser definida por outra palavra que não fosse resistência.

Garnet / reprodução Cartoon Network

Por que LGBT?

Garnet é a fusão entre Rubi e Safira, duas Gems que se uniram, graças ao amor nutrido uma pela outra. Visto por algumas outras Gems como algo nojento e inacreditável, a fusão (Garnet) é, em certo momento, rompida. Novamente Rubi e Safira, ambas fogem da base de Diamante Azul; já que Rubi seria condenada à destruição, por sua fusão com a parceira.

Quando as duas vêm para a Terra, resolvem virar Garnet definitivamente. E, após a nova fusão, a personagem Rose Quartz revela a Garnet seu contentamento, por esta aceitar a própria condição (de ser uma fusão). Claramente, a história de origem de Garnet é uma metáfora para a (auto e coletiva) aceitação de determinada orientação sexual ou identidade de gênero. Maravilhoso, não é?

Safira e Rubi / reprodução Cartoon Network

 

5. Oaken (Frozen: Uma Aventura Congelante)

Quando Frozen estreou em 2013, algo além de seus memoráveis números musicais e das artimanhas da rainha Elsa (Idina Menzel) despertou a atenção de público e crítica. Em dado momento, quando a protagonista Anna (Kristen Bell) chega a um estabelecimento para comprar roupas de inverno, o vendedor e dono do local, chamado de Oaken (voz de Chris Williams), apresenta sua família à princesa.

Oaken / Divulgação

Por que LGBT? Aí é que está. A família de Oaken, segundo o que é mostrado no longa-metragem, é composta por quatro crianças e um homem adulto. Depois de algumas matérias serem lançadas na internet, a especulação de que o personagem teria uma relação homoafetiva tornou-se, praticamente, uma constatação. E nós não poderíamos ter ficado mais felizes; já que, com isso, a Disney (produtora do filme) dá sua cara à tapa e demonstra algum apoio à visibilidade LGBT.

Família de Oaken / Divulgação

 

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