[Crítica] Turma da Mônica: Laços

Criado no final da década de 1950, o universo dos quadrinhos de Mauricio de Sousa conquista gerações de brasileiros desde então. Agora, na última quinta-feira (27), o sonho de milhões de fãs da Turma da Mônica finalmente realizou-se, com a estreia de seu primeiro filme em live-action. Turma da Mônica: Laços é inspirado na graphic novel homônima de Vitor e Lu Cafaggi; assim como em toda a coletânea da Mauricio de Sousa Produções.

Doce e divertido, Laços é muito mais do que uma obra infantil. A esta altura, o longa-metragem vem como um material fresco para a leva de produções nacionais destinadas ao público jovem. Isso porque a adaptação cinematográfica dos famosos gibis não subestima o espectador de pouca idade; principalmente por ser protagonizada por crianças tão inteligentes.

Após o sequestro do cão verde de Cebolinha (Kevin Vechiatto), o Floquinho, o resto da turma resolve juntar-se em um de seus planos “infalíveis” – que sempre falham – , para encontrar o bichinho de estimação do amigo. Depois, Cebolinha parte em companhia de Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira), floresta escura adentro.

Imagem: divulgação

Segundo o diretor Daniel Rezende (Bingo: O Rei das Manhãs), nenhum dos atores infantis leu o roteiro da produção antes das gravações. “A gente [equipe] subia todas as cenas na base da improvisação. Então, eles [elenco mirim] traziam o jeito deles de falar; características deles para os personagens. E, a gente moldava junto com o roteiro, do Thiago Dottori, que é muito incrível, muito redondo. [Ou seja] a gente chegava às cenas que tinha escrito, mas por improvisação; porque a gente não queria que ficasse aquela atuação decorada”, comenta Rezende, em coletiva de imprensa em São Paulo (SP).

LIRISMO

Para facilitar o processo, o cativante elenco mirim fora simples e perfeitamente escalado. Benite (Mônica), Vechiatto (Cebolinha), Rauseo (Magali) e Moreira (Cascão) convencem pela enorme facilidade de interpretação. É evidente que tal convencimento, do público infantil e adulto, é também consequência direta da ótima caracterização de Laços; pela direção de arte e pelo figurino serem, de fato, eficientes tentativas de seguir com o visual da graphic novel.

Dessa forma, a fotografia e os cenários coloridos do bairro fictício de Limoeiro – localizado em uma cidade brasileira – auxiliam na concepção fantasiosa do filme.

Louco (Rodrigo Santoro)/ Divulgação

Por mais que a trama não seja surreal, a maneira como as coisas acontecem revela um lirismo típico dos quadrinhos. Como, por exemplo, quando Cebolinha encontra com o Louco – brilhantemente interpretado por Rodrigo Santoro, aliás –; ou quando a turma traça planos super elaborados para impedir que o vilão Homem do Saco (Ravel Cabral) saia-se bem-sucedido.

Para um filme com crianças, animais, filmagens noturnas e ambientado em uma floresta, a harmonia por detrás das câmeras é algo perceptível; graças ao resultado final, é claro. Além disso, estrelas conhecidas do grande público, como Monica Iozzi (Dona Luísa, a mãe de Mônica) e Paulo Vilhena (Seu Cebola, o pai de Cebolinha), integram o elenco.

Logo, não faltam motivos para que Laços atraia espectadores ao cinema nacional. “Vale tudo. Vale memórias; vale sensações; vale sonho, e vale a esperança de que a gente esteja fazendo um bom trabalho”, pontua Sousa; sobre as impressões de cada um quanto aos possíveis simbolismos em sua obra.

Imagem: divulgação

Ficha técnica

Direção: Daniel Rezende

Duração: 1h37

País: Brasil

Ano: 2019

Elenco: Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira

Gênero: Comédia, Infantil, Aventura

Distribuição: Downtown Filmes


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